quarta-feira, 19 de novembro de 2008

O Longo Braço da Propaganda

Antes de mais, não simpatizo com Manuela Ferreira Leite, não me vejo a votar nela, nem acredito que possa dar uma boa Primeira-Ministra. Tenho-a como uma espécie de "Dama de Ferro" à portuguesa.
Feitos os devidos esclarecimentos, não cabe na cabeça de ninguém deturpar as palavras de um líder da oposição como os media e os demais partidos fizeram com a frase nitidamente irónica (porque inserida num contexto de - justa - crítica ao Governo) que proferiu numa recente intervenção.
Propaganda deste calibre, só me lembro da praticada pelo Miniver*, criado por Orwell em "1984".
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*Na distopia literária de George Orwell, existe um Ministério da Verdade responsável pela falsificação de documentos e de qualquer artigo que possa servir de referência ao passado, de forma que ele sempre condiga com o que o Partido diz ser verdade actualmente. Por essa lógica, o Partido é infalível, pois nunca erra.
A ironia está exactamente no facto do Ministério da Verdade ser responsável pelas mentiras.

6 comentários:

Anónimo disse...

O que tu consideras ironia, outros consideram convicção. Luís Delgado, Mário Bettencourt Resendes, Sarsfield Cabral, são pessoas que estão conotadas com o PSD, mas que acham inaceitável o que ela disse. Ainda que fosse ironia, não é aceitável. Mas para ti, não. É mais um aproveitamento socialista das fragilidades da líder da oposição, coitadinha, que já é velhinha e que não pode abrir a boca, porque caem-lhe todos em cima. Para falar a verdade, houve muito poucos socialistas que pediram explicações, ao contrário de alguns do PSD.

PS: podes apagar o comment. A democracia não se coaduna com este tipo de esclarecimentos.

Hugo Rocha Pereira disse...

Pau-Lino, Pau-Lino, Pau no Lino!

p.s. (post scriptum e não partido súcialista) - no passado domingo vi o teu (ex?) ídolo Mário "Jamé" Lino na "Loja da Amélia". Encostado a um canto, conspirava ao telemóvel, vestindo uma camisa aos quadrados vermelhos sobre uma camisa aos quadrados azuis. Fiquei tão incomodado com o mau ar da figura que comentei para a rapariga da caixa: «Ter tão mau gosto deveria ser suficiente para um Ministro ser demitido».

Paulo, ao contrário de ti, não apago comments, mesmo os mais facciosos ou abstrusos, que revelam o espírito democrático de quem os assina. Opto por responder-lhes, caso me apeteça.

AlémTejo100Lei disse...

até parece que o paulo tem um sindicato

Edson Arantes do Nascimento disse...

De facto, ironia ou não, mais vale estar calada! Se calhar querias que não se falasse no assunto...

E desculpa-me lá, ó HR, estas publicações são de um facciosismo quase deliberado: todos os teus textos "políticos" acabam, invariavelmente, a bater nos mesmos.

Chegas ao ridículo de pegar numa desgraça alheia, para acossar o PS e o actual governo.

Propaganda?

O DN, por exemplo, na notícia sobre a declaração completamente desastrada (fico-me só por aqui, não faço conjecturas - foi mesmo um desastre) da D. MFL, faz um retrato interessante da sala e da reacção dos jornalistas que acompanhavam a declaração.

O DN afirma mesmo que a frase tinha sido "irónica" mas... desastrada.

Também é de registar a tua vontade de bater sempre no mesmo ceguinho, quando os outros vesgos são piores, andam perfeitamente à deriva e, neste momento, são exactamente a caricatura de uma democracia fraca e desarticulada.

Mais do que o actual governo, a total ausência de alternativas é que é preocupante para Portugal. Curiosamente, ou não, as "análises" (tuas e dos restantes "observadores") raramente se debruçam sobre isto.

Hugo Rocha Pereira disse...

Edson, comecei o meu post desta forma: «Antes de mais, não simpatizo com Manuela Ferreira Leite, não me vejo a votar nela, nem acredito que possa dar uma boa Primeira-Ministra. Tenho-a como uma espécie de "Dama de Ferro" à portuguesa.» Das duas, uma: não leste alguma parte ou não quiseste perceber.

Se bato muitas vezes nos mesmos, é porque são esses que actualmente estão no Poder, a tomar decisões erradas que prejudicam muita gente.

Atenta só nesta apreciação: «(...) raríssimas vezes se observou entre nós um cerco tão apertado como aquele de que a líder do PSD tem sido alvo. De grande parte dos media, claro, e não sou suspeita de ser conspirativa, basta apenas atender ao modo como se escolhe o que ela diz, ou se seleccionam só certas frases ou palavras (...)
Mas tal cerco vem sobretudo do PS, orquestrando a oposição à oposição (...)»

Não fui eu que as escrevi, mas fazem muito sentido.

«a total ausência de alternativas» - isso é discurso próprio de ditadura, não de um regime democrático.

Edson Arantes do Nascimento disse...

Pois, presumo que provavelmente queres começar a discutir a verdadeira questão (pelo menos é o que eu entendo da tua última frase...).